sábado, 30 de junho de 2007

CASAS DE CULTURA E CIDADANIA

No ano de 1993 a cidade de SJCampos foi redesenhada para atender as comunidades periféricas a partir de núcleos embrionários das futuras Casas de Cultura que começavam a nascer a partir da Política de Descentralização Cultural, política essa que tinha por objetivo principal: “Descentralizar o fazer cultural no município através da Ação Cultural nos bairros da cidade, promovendo a consolidação nestes de Casas de Cultura voltadas ao exercício da cidadania”. A política de Ação Cultural foi pautada em cinco eixos de atuação, a saber: Informação, Formação, Organização, Difusão e Memória, visando estreitar e estabelecer vínculos com a comunidade atendida, possibilitando a ela percorrer por todos os campos da arte enquanto atores do processo cultural e não apenas sujeitos, criando, re-criando e possibilitando interfaces para o enraizamento e consolidação cultural na comunidade. Portanto, o presente projeto de pesquisa nos motiva a partir de dois pontos: a democratização do fazer cultural; a inter-relação desse fazer cultural criando diversas possibilidades. Caminhando para um campo mais amplo, o da cultura atrelada à questão social, “secundarizando a figura do artista”, e privilegia-se a figura do ser humano, do indivíduo, capaz de transitar pelas mais diversas esferas da cultura, rompendo, transformando e re-criando o sentido da arte, não se fazendo arte pela arte , mas arte pela transformação de si, do outro, da comunidade, tornando esse espaço, a já citada comunidade, o espaço do desejo, do sonho e da ação, que em nossa reflexão só é possível pela política de democratização e pela Ação Cultural. Por isso torna-se importante trabalhar uma experiência onde se inverta sentidos, onde o público é o artista, ele também cria, recria, interage e é detentor de conhecimentos que devem ser socializados e isso se torna possível através da Ação Cultural entendida enquanto “processo de criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas e grupos inventem seus próprios fins no universo da cultura”. Ao se pesquisar o desenvolvimento das Casas de Cultura, percebendo o seu envolvimento no seio da comunidade e entendendo-as enquanto espaços privilegiados da Ação Cultural por ser o local do encontro, da criação e da fluição cultural na periferia da cidade, percebe-se que o referido espaço torna-se num espaço primordial para a promoção da cidadania, por despertar o senso crítico, promover o encontro, o diálogo com as artes e com as questões sociais.

Wangy Alves
(texto escrito por mim no ano de 2000 para o INIC, da Univap, período em que cursei o ultimo ano do curso de História)

3 comentários:

Nilson Ares disse...

Muito boa a proposta.
Mas como você vê hoje, na condição de agente cultural, o estreitamento da descentralização das casas de cultura junto a nossa realidade debilitada culturalmante pelo novo "boom industrial" via embraer?
Fato este que acentua nas pessoas a identidade de pólo industrial do estado e nada mais...
São José se torna apenas sinônimo de cidade grande, de conquista do emprego e com isso se desfigura simbolicamante como em outras ocasiões.

Um abraço,
Sarsa

Anônimo disse...

Oi, Wangy!

Que boa essa de publicar textos mais antigos, aos quais eu não teria acesso...

Valeu! e parabéns pelo blog.

Continue atualizando sempre.

BÊijos

Anônimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Se você quiser linkar meu blog no seu eu ficaria agradecido, até mais e sucesso.(If you speak English can see the version in English of the Camiseta Personalizada.If he will be possible add my blog in your blogroll I thankful, bye friend).